sexta-feira, 29 de maio de 2009

Expansão da Língua Portuguesa pelo mundo

Portugal ficou conhecido pelas grandes navegações. No século XV e XVI, através dos movimentos colonialistas e de propagação do catolicismo, espalhou pelo mundo a língua portuguesa. O português era imposto às línguas autóctones como língua oficial ou modificava-se dando origem aos dialetos crioulos. Foi assim que a língua chegou à América, África, Ásia e Oceania.

O mundo lusófono (que fala português) é avaliado hoje entre 190 e 230 milhões de pessoas. O português é a oitava língua mais falada do planeta, terceira entre as línguas ocidentais, após o inglês e o castelhano.

O português é a língua oficial em oito países de quatro continentes:

  • Angola;
  • Brasil;
  • Cabo Verde;
  • Guiné Bissau;
  • Moçambique;
  • Portugal;
  • São Tomé e Príncipe;
  • Timor Leste.


O português é uma das línguas oficiais da União Europeia (ex-CEE) desde 1986, quando da admissão de Portugal na instituição. Em razão dos acordos do Mercosul (Mercado Comum do Sul), do qual o Brasil faz parte, o português é ensinado como língua estrangeira nos demais países que dele participam.

Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que reune os países de língua oficial portuguesa com o propósito de aumentar a cooperação e o intercâmbio cultural entre os países membros e uniformizar e difundir a língua portuguesa.

Guiné – Bissau


Guiné-Bissau é um país localizado na costa ocidental de África entre o Senegal e a Guiné. Além do território continental, o país inclui ainda cerca de oitenta ilhas que constituem o arquipélago dos Bijagós. Atualmente faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), das Nações Unidas, dos PALOP e da União Africana. É considerado um dos 20 países mais deficientes no mundo. Possui o PIB - per capita de US$ 800 dólares (estimativa de 2003), situação piorada com a guerra civil em 1998, que reduziu o PIB em cerca de 28% naquele ano. Sua distribuição de renda é também uma das piores do planeta. Suas principais atividades econômicas são a pesca e agricultura (o arroz é a base da alimentação do país). Dependente de ajuda econômica externa, principalmente da União Européia. As principais exportações são de caju, amendoim, madeiras e camarão. Há depósitos de petróleo, bauxita e fosfatos, inexplorados devido à pouca infraestrutura e aos altos custos para tal.

O país estende-se por uma área de baixa altitude. O seu ponto mais elevado está 300 metros acima do nível do mar. O interior é formado por savanas e o litoral por uma planície pantanosa. O período chuvoso alterna com um período de seca, com ventos quentes vindos do deserto do Saara. O arquipélago dos Bigajós situa-se a pouca distância da costa. O território insular, composto por mais de 80 ilhas, exibe algumas das melhores praias da África Ocidental.

Guiné - Bissau antes da colonização




Antes da chegada dos europeus, uma parte da região da atual Guiné-Bissau, era constituía do reino de Gabu e a outra do tributário do Império Mali, partes do qual subsistiram até ao século XVIII.
O primeiro navegador e explorador europeu a chegar à costa da atual Guiné-Bissau foi o português Álvaro Fernandes, em 1446.
A vila de Bissau foi fundada em 1697, como fortificação militar e entreposto de tráfico de escravos. Mais tarde, viria a ser elevada a cidade e a capital, estatuto que manteve após a independência da Guiné-Bissau.

Colonização e suas consequências



A Guiné-Bissau, assim como o Brasil, foi colonizada a partir de 1500, porém, no país africano, os portugueses encontraram uma maior resistência por parte dos nativos. A conseqüência foi uma colonização catastrófica.

A metrópole impôs monopólio sobre o comércio e a agricultura. Dados do ano 2000, mostram que durante a década de 50 a situação dos moradores da colônia era de total miséria. A taxa de natimortos era de 60% e existiam apenas 11 médicos em todo o país.

Esta situação levou à criação, em 1956, do Partido Africano de Independência de Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC). Almicar Cabral, fundador do partido, tinha o objetivo de negociar a independência dos dois países. Porém, após sete anos de tentativa, não obteve progresso e iniciou uma guerrilha.

Em 1972 foram realizadas eleições à revelia do decadente império. Em 1973, Almicar Cabral foi morto antes de poder presenciar o nascimento da República de Guiné-Bissau.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Português e línguas autóctones






Estima - se que, 44% da população fala crioulos de base portuguesa, 11% falava o português e o restante, inúmeras línguas africanas. As mais importantes línguas autoctónes são: balanta, fula, mandinga, manjaca e mancanha. O crioulo da Guiné-Bissau possui dois dialetos, o de Bissau e o de Cacheu, no norte do país. A presença do português em Guiné-Bissau não está consolidada, pois apenas uma pequena percentagem da população guineense tem o português como a língua materna e menos de 15% tem um domínio aceitável da Língua Portuguesa. A zona lusófona (que fala português) corresponde ao espaço geográfico conhecido como "a praça", que corresponde à zona central e comercial da capital (Bissau). A situação se agrava devido ao fato da Guiné-Bissau ser um país encravado entre países francófonos e com uma comunidade imigrante expressiva vinda do Senegal e da Guiné (também conhecida como Guiné-Conakri). Por causa da abertura à integração sub-regional e da grande participação dos imigrantes francófonos no comércio, existe presentemente uma grande tendência de as pessoas utilizarem e aprenderem mais o francês do que o português. Há aqueles que defendem que, atualmente, o francês já é a segunda língua mais falada na Guiné, depois do crioulo. O português é utilizado na administração, no ensino, na imprensa e nas relações internacionais. Nas situações da vida cotidiana são utilizadas também línguas nacionais ou crioulos de origem portuguesa.

Português brasileiro x Português europeu

As maiores diferenças entre o poruguês brasileiro e o português europeu são fonéticas, ou seja, a forma como se pronunciam as palavras. Mas também existem diferenças na grafia das palavras, como o uso de consoantes mudas (em Portugal, escreve-se "actual" ao invés de "atual"(mas, muitas palavras foram mudadas devido ao novo acordo ortográfico entre os países de língua portuguesa), e até no uso gramatical (o português europeu não usa gerúndio, embora ele exista na gramática).


Algumas diferenças lexicais entre o português brasileiro e o português europeu:

Português brasileiro

Português europeu

Banheiro

Casa de banho ou quarto de banho

Grama

Relva

Aquarela

Aguarela

Trem

Comboio

Ônibus

Autocarro

Célula de Identidade

Bilhete de Identidade (BI)

Favela

Bairro de Lata

Maiô

Fato de Banho

Carteira/carta de motorista

Carta de condução

Caqui

Dióspiro

Fazenda

Quinta

Açougue

Talho

Suco (de fruta)

Sumo (de fruta)

Aeromoça

Comissária de bordo ou hospedeira de bordo

Frentista

Empregado de bomba de gasolina

Planejar

Planear



No nível sintático, uma primeira característica geral do português brasileiro é que ele, no que toca ao funcionamento dos pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, etc) tem uma colocação mais proclítica, não havendo no português europeu.
Este tipo de diferença tem muito a ver com o fato de que as diferenças fonético-fonológicas, levam a um outro ritmo da frase, assim como uma diferença de tonicidade nesses pronomes.
Segundo Galves (2002), a principal característica sintática do português do Brasil, é que ele é uma língua de tópico, diferentemente do português europeu.

Algumas diferênças no nível sintático são:

01) de regra, nenhuma frase pode começar com um pronome oblíquo; de fato, na linguagem falada, isto, também, pode ser admitido: "eu o chamei", mas "chamei-o" (no português europeu o pronome átono segue o verbo em ambos os casos);

02) o pronome átono precede o verbo numa frase negativa ou depois de um pronome relativo: "não faltam, entretanto, exemplos de uso contrário junto aos bons escritores";

03) o gerúndio é usado depois do verbo estar para indicar que uma certa ação está em curso, exatamente como no italiano: "estou escrevendo, estou fazendo" etc. (no português europeu, "estou a escrever, estou a fazer");

04) na língua corrente não se costuma inserir o pronome átono entre os dois membros do futuro do presente e do pretérito, preferindo-se, em todos os casos, fazer preceder o pronome à forma verbal: "eu o comprarei" no lugar de "comprá-lo-ei".

Curiosidades



Cultura: Guiné-Bissau possui uma herança cultural bastante rica e diversificada. A dança, contudo, é uma verdadeira expressão artística dos diferentes grupos étnicos. A música é dominada pelo conhecido gumbé guineense. O carnaval guineense é completamente original, com características próprias, e tem evoluído bastante, constituindo uma das maiores manifestações culturais do país.


Populações: 1.388.363 (a maior parte concentrada na zona rural do país). A população de Guiné - Bissau é constituída por mais de 20 etnias, com línguas, estruturas sociais e costumes diferentes.



Capital:
Bissau (292 mil, na aglomeração urbana)


Governo: República parlamentarista


Idiomas: Português (oficial, falado por cerca de 2% da população); crioulo de matiz português (75% da população, aparentado ao crioulo do Senegal e de Cabo Verde); línguas africanas locais 23%


Analfabetismo: 63,2% (estimativa 2000).


Clima: Tropical de savana, com 2 estações, chuvosa e seca.

Internacionalmente: Em 2005, Guiné-Bissau transformou-se em um entreposto do narcotráfico internacional (encaminhamento de drogas da América Latina para a Europa).



Imagens de Guiné - Bissau


http://www.youtube.com/watch?v=XmtqF-
YjS6g&feature=related